Tuesday, April 7, 2009

Asylum, de Richard E. Ellis


Um completo cliché de aborrecimento e falta de credibilidade. O novo dormitório da universidade foi um hospício para jovens nos anos 30, fechado quando os pacientes mataram o director, um médico com predilecção por lobotomias. Claro que isso não parou o médico...

Se este breve resumo parece uma mistura de Pesadelo em Elm Street 3 com Espelhos e Gritos, as notícias não melhoram. Apesar de já ser absurdo o suficiente que uma universidade tenha sido construída no mesmo espaço que um asilo com um passado escandaloso, o grupo de protagonistas não podia ser mais plano: seis estudantes que vão ficar na mesma ala do dormitório, todos estereotipados: a irmã do suicida, o geek introvertido, o musculado que era gordo, a menina-do-papá que era abusada pelo papá, a latina que era agredida pelo namorado e o drogado em recuperação. O médico está lá para matá-los um a um, com one-liners do tipo «Dá-me o teu sofrimento», que não ficam atrás dos diálogos imprestáveis. Há muito mais adolescentes no edifício, mas o médico fica-se, aleatoriamente, por estes. A explicação? Os outros são meros figurantes.

Sarah Roemer, a beldade de Disturbia, é a melhor coisa que o filme tem, e Mark Rolston (o médico) poderia ser a pior, se o restante elenco não lutasse pelo seu lugar. Mas o responsável pelo fracasso é o realizador Richard E. Ellis, o mesmo que não conseguiu fazer descolar Serpentes A Bordo (2006) e não levou a lado nenhum afranchise Final Destination (2, em 2003).

Filme feito a correr (os atrozes efeitos especiais não enganam) e pejado de clichés (electricidade deficiente, aparições nos espelhos, os personagens e o passado que volta para assombrá-los), não é capaz de instilar o menor suspense nem susto. Chega a confundir os medos dos personagens: há um que tentou salvar o irmão mais novo de morrer numa piscina, mas quem o médico tenta afogar num poliban é outro que nunca teve a fobia da água. O irmão da protagonista tinha-se suicidado na mesma faculdade o ano anterior, mas não é traçada nenhuma relação com o médico. Os disparates proferidos por este são constrangedores de tão ineptos; longe vão os tempos áureos de Freddy Krueger.

Asylum 2008

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