Friday, August 10, 2012

Dark Tide, de John Stockwell


John Stockwell sobreviveu a Christine, O Carro Assassino (1983), mas fugiu da Força Aérea assim que lhe propuseram ir para a Academia Top Gun (1986). Refugiou-se na praia, filmando dentro e perto de água: Crazy / Beautiful (2001), Blue Crush (2002), Into The Blue (2005) e Turistas (2006). Halle Berry queria mostrar que estava em forma, mas o papel de afro-americana de American Pie O Reencontro (2012) já estava tomado, pelo que teve de contentar-se com uma história de tubarões em tempo de piranhas.
Uma mergulhadora que gosta de fazer o que Thomas Jane já fazia em Deep Blue Sea (1999) assiste à morte por dentada de um colega de trabalho e decide mudar de ramo, mas os passeios turísticos de visita a morsas e golfinhos não pagam as contas. O antigo companheiro regressa com uma proposta irrecusável e, previsivelmente, os tubarões voltam a comer.
Dark Tide é daqueles filmes onde os personagens não agem dentro da razoabilidade (um cliente vira a dona do barco contra o imediato, quando lhe convinha estar calado, o barco precisa de séria manutenção mas avançam, irresponsavelmente), abundam as situações, tão mal montadas, que se tornam confusas, de tão súbitas (namorados discutem, barco perde a direcção, súbita tempestade, barco vira) e ainda incoerência entre elementos dentro e fora de água (sem âncora presa, o barco anda à deriva, mas a gaiola debaixo de água não sai do sítio; a tempestade é tão intensa que vira o barco, mas quando os actores vêm à superfície, percebe-se que estão a filmar numa piscina).
Dark Tide começa bem, com belas imagens de tubarões brancos verdadeiros junto de mergulhadores, mas depois do dramatismo serôdio da protagonista que não quer voltar a aproximar-se dos peixes, o realizador aliou o piloto automático ao excessivo escurecimento da película e ninguém tira partido do que não vê nem sente. E alguém devia tirar o Óscar a Halle Berry.
Dark Tide 2012

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