Wednesday, April 27, 2011

Exame 2009, de Stuart Hazeldine

O Método Grönholm, peça de teatro que já inspirara o filme espanholEl Método (2005), está na origem de O Exame, guião de Simon Garrity e de Stuart Hazeldine, que também realiza. A última prova para um cargo directivo numa misteriosa corporação assenta na prestação dos oito candidatos à resposta que derem a uma única questão, num prazo de oitenta minutos. Fechados numa sala com oito mesas e nenhuma janela, deparam-se com uma folha em branco. Qual é a pergunta e como identificá-la?
O filme começa bem. Os candidatos são apresentados de modo simples, distinguem-se uns dos outros pelas alcunhas atribuídas entre si e contribuem com exercícios intelectuais, através dos quais tentam extrair do papel a questão que poderá dar-lhes o emprego de sonho. Expõem a folha à luz ultravioleta, infravermelha, água, lume, decalque e outros métodos de aprendiz de MacGyver. Durante este processo, aliam-se, voltam-se uns contra os outros e formam alianças. O lema é pensar fora da caixa e o enredo não se abstém de partir ovos para fazer omoletas.  
Stuart Hazeldine é um guionista bastante prolífico, mas a verdade é que mais de uma dezena dos seus trabalhos continua sem procura e as rescritas que comportam o seu selo são assustadoramente más:Knowing (2006) e O Dia Em Que A Terra Parou (2008). Neste sentido,Exame escapa ao repúdio, mas está longe de ser satisfatório. Conforme avança e a imaginação regride, os esquemas entram no cliché (torturar quem parece saber mais do que os outros sobre o emprego) e são adicionados elementos inesperados e de difícil deglutição (uma epidemia mundial que poderá ter um infectado na sala e para cuja cura contribui a empresa para a qual se candidatam), com especial incidência na presença de uma pistola carregada nas mãos de alguém que se comporta como um autómato. No final, a resposta à questão inicial é uma evidência tal que exigia apenas ser tratada como um enigma. 
Hazeldine não se porta mal atrás das câmaras e os actores, todos desconhecidos menos Colin Salmon (braço direito de M, a Primeira Ministra dos 007s com Pierce Brosnan), fazem um bom trabalho. O desenvolvimento da tensão e o facto de ser filmado integralmente num único compartimento ajudam a manter a curiosidade aguçada até ao fim.
Exam 2009

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