O terceiro filme de terror de Jonathan Liebesmann (Darkness Falls, 2003, e Massacre no Texas: O Início, 2006) continua a não trazer nada de novo ao género. Desta feita, o enredo lembra vagamente O Cubo (Vincenzo Natali, 1998), mas com uma única célula e sem o apoio de qualquer ciência exacta. Um grupo de quatro desconhecidos é conduzido a uma sala branca onde as mesas e as cadeiras estão aparafusadas ao chão. Tendo respondido a um anúncio de uma farmacêutica, descobrem que vão ser cobaias de uma experiência totalmente diferente, assente no pressuposto de que apenas um sobreviverá ao teste, que será composto por quatro fases. A primeira inicia-se com o homicídio à queima roupa de uma das cobaias.
Tecnicamente, este estudo em psicologia de choque é competente, com Liebesmann a manter a pressão nos personagens e espectadores com firmeza, a revelar controlo dos artifícios visuais e plásticos, mas a falta de um argumento consistente eventualmente transforma-o numa mera curiosidade. Além disso, o objectivo por trás da experiência é tristemente falacioso e não resiste nem a uma análise lógica. Assente na ideia de lavagem cerebral e controlo da mente dos pacientes, apresenta o raciocínio de que uma pessoa que se decide a sacrificar a vida pelo bem comum é um potencial bombista suicida a favor dos EUA, que procura assim jogar pela mesma cartilha que o terror árabe. Mas, quando o método é a tortura de cidadãos anónimos, através de uma impiedosa limitação cognitiva por coacção física e psicológica, não me parece que se desenvolva grande boa vontade a favor do carrasco, neste caso um Governo que se comporta de forma vil para com aqueles que jurou proteger. Na minha opinião, está assim a criar anti-americanos e não o contrário.
Chloe Sevigny, Timothy Hutton e Peter Stormare dão o seu melhor, e em grande medida justificam a atenção. De resto, é uma aposta na forma, por falta de conteúdo.
The Killing Room 2009
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