Escrito e produzido por Mark Neverdine e Brian Taylor, as cabeças por trás de Crank, Patologia é um thriller passado na morgue. Um grupo elitista de estudantes de medicina, exibicionista e com evidente carga bad boy, decide adoptar o novo e ambicioso aluno da turma. O desafio é que, para além de esquartejarem cadáveres durante o dia, à noite cada um tem, rotativamente, de trazer um novo espécime para a mesa, ganhando pontos por originalidade homicida e dificuldade na determinação da causa de morte.
Mais post mortem do que torture porn, Patologia aproxima-se de um CSI em que os patologistas, com demasiado gosto pelo bisturi, antes de estudarem o morto, tiraram-lhe a vida. O argumento apresenta algumas surpresas inesperadas e bem vindas, como a dúbia moralidade do protagonista, que participa voluntariamente na onda de crime e sente falta da intensidade viciante da adrenalina e descarga sexual quando está com a namorada, uma mosquinha morta em comparação com a depravação a que se habituou. Infelizmente, são desperdiçadas as oportunidades de mergulhar nesse mundo que lembra as matilhas de vampiros de Near Dark, Os Rapazes da Noite e O Pacto, e ficamos com um projecto que tem medo de arriscar, não compõe minimamente um único personagem e desperdiça demasiado cedo o material, como o facto do chefe da matilha, frio e controlado, se tornar subitamente num desequilibrado histérico. Relativamente a este, é de notar a composição de Michael Weston, actor que ingressou na equipa do Dr. Gregory House para a quinta temporada da série, mas tem aqui um papel bem parecido com o do próprio House no que toca a ego e fanfarronice.
Marc Schoeleman não soube o que fazer com o material disponível e, qual projecto da geração pós-MTV, banqueteia-se no óbvio da camada rasa e, para mal dos seus pecados, confunde melancolia com tensão. Enquanto thriller, dispersa-se no grafismo de algumas autópsias e em meia dúzia de esgares, o erotismo assenta fugazmente na latente sensualidade de Lauren Lee Smith que não perdeu o hábito (a chef de A Letra L e ninfomaníaca de Vem Comigo) esquecido por Alyssa Milano (Poison Ivy 2, Embrace of the Vampire, belos tempos), aqui tão baça que mete dó. Milo Ventimiglia, o protagonista, já foi contratado para os próximos dois filmes da dupla Mark Neverdine e Brian Taylor, e filmou Patologia entre as duas primeiras temporadas de Heroes.
Pathology 2008
No comments:
Post a Comment