Após um assalto, um grupo de skinheads em fuga pára num motel da França profunda e é perseguido, torturado e morto pela família de canibais que gere o espaço hoteleiro. Será um caso de maus que enfrentam piores, mas sinceramente não é o suficiente para criarmos qualquer empatia com as supostas vítimas. É mais uma versão de Massacre no Texas, ao ponto de incluir uma cena em que a única sobrevivente em fuga apanha boleia de um canibal que a traz de volta e ainda uma refeição em família com a nova aquisição feminina à mesa.
Uma vez desencantados com a pobreza do guião e com a montagem acelerada e cheia de efeitos e filtros de vídeo, não há gore que nos traga de volta a boa vontade. Película de sadismo engarrafado e histerismo em piloto automático, Fronteira(s) não respira o suficiente para haver lugar à criação de suspense. É tão grande a sua intenção de impressionar graficamente que o desequilíbrio é notório.
Próximo de Alta Tensão (Alexandre Aja, 2003) e Mártires (Pascal Laugier, 2008), Fronteira(s) também aposta em mulheres fortes, mas até isso já não é novidade desde os anos 70. Bem regado de sangue e desmembramentos, com resultados desiguais conforme os casos, é curioso reparar na aceitação cultural da violência mas que a pudicícia se mantém na nudez, ao ponto de se dar banho a uma mulher que mergulhou numa pocilga sem lhe tirarem a cueca e o soutien e a seguir deitarem-na já sem roupa numa cama lavada (mas cobrindo-lhe o corpo); não seria mais higiénico lavarem-na já nua?
Frontiere(s) 2007
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