É uma película de baixo orçamento, filmada ao ombro e com câmaras de segurança aparafusadas em sítios altos, mas cabe dizer que, para algo que não traz nada de novo, não é mau de todo. Antes de mais, o cenário está bem aproveitado. A fachada do hospital psiquiátrico é imponente e o seu interior, decrépito e mal afamado, ideal para uma história de fantasmas. O uso de lanternas de bolso torna o espaço ainda mais inquietante, por causa dos jogos de sombras que o ponto morto, ao centro, provoca. Os actores cumprem o seu papel ao ponto de acreditarmos na sua crescente perturbação e há reviravoltas suficientes no argumento para manter a audiência em suspenso.
Claro que é improvável assustar com um artifício desta natureza mas, pelo menos, a humanização dos personagens funciona como catalisador para a preocupação com a sua sobrevivência. Se for possível aguentar viva a credulidade, Grave Encounters consegue ser intrigante. E tem detalhes curiosos, como a situação de noite eterna, os corredores intermináveis, o átrio a dada altura deixar de sê-lo e tabuletas como Saída e Acesso Ao Telhado não conduzirem ao que prometem.
Nem tudo são rosas. Entre uma extensa fase introdutória e muitas correrias precipitadas e mal filmadas, assiste-se a alguns tempos mortos porque a lógica assim ordena, por muito que seja inconveniente ao ritmo, e o desfecho revela desespero de causa e pouca imaginação, com influências de House On Haunted Hill. Ainda de torcer o nariz, a duração interminável das baterias das câmaras de filmar. Por fim, especial nota à cena da ratazana morta à cacetada e comida com gusto, com atenção ao disclaimer de que nenhum rato foi comido durante a rodagem. Em conclusão, Grave Encounters aguenta a fasquia, sendo subtil a marinar o suspense e a saber quando promover a escalada, mas a falta de originalidade que tem por base dificulta-lhe a tarefa.
Grave Encounters 2011
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