Um vilão atrofiado e maligno, repleto de tatuagens que lhe cobrem um lado do rosto e piercings à dúzia na cana do nariz, narinas e queixo, atrai jovens moças através de um chat da internet (já em 1998) e depois tortura-as em sua casa. Uma das vítimas é a filha do detective que o persegue, mas um acaso (um cão que ladra ao vivo e numa gravação, identificando a sua origem) faz com que, ao cabo de meia-hora, o criminoso seja apreendido, julgado, internado num hospital psiquiátrico e solto ao fim de quatro anos. As tatuagens desapareceram-lhe milagrosamente da cara e ele volta à vida depois de ser enforcado por uma multidão amotinada. As tatuagens reparecem e os piercings também, exactamente onde estavam antes, assim como o invulgar corte de cabelo de crina de cavalo, tingido da mesma cor rosada.
Terror Satânico tem a qualidade de telefilme, mas é uma afronta a mera menção da palavra qualidade na mesma frase. Em todo o filme, não há uma única representação acima da mediocridade e Kevin Gage (Heat, Com Air e G.I. Jane), como o protagonista, candidata-se ao título de pior actor de sempre. Com a sua única preocupação dirigida aos poucos fios de cabelo que consegue pentear, cambaleia ensonado pelas cenas em que entra, quer tenha descoberto que a filha foi raptada, que o vilão vai ser enforcado ou que tem de lutar pela própria vida. Amy Smart e Linda Cardellini são autómatos adolescentes e Robert Englund torna evidente porque a sua carreira nunca retomou depois da saga Pesadelo em Elm Street. Elizabeth Peña, actriz de créditos firmados e de quem, pelo menos, se esperava competência, optou por não se destacar. O guião é uma incongruência só e como o detective descobre o esconderijo do vilão, no clímax, é um mistério.
Dee Snyder, vocalista e liricista da banda heavy metal Twisted Sister, escreveu, produziu e interpretou o vilão, razão pela qual em alguns círculos este filme é intitulado de Dee Snyder’s Strangeland. A sua intenção em querer deixar esta marca no mundo da sétima arte é uma incógnita, com a mera particularidade de uma ou duas torturas visualmente curiosas (a marca registada é coser as bocas às vítimas, como é visível logo no poster).
Strangeland 1998
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